Bem guardados,
eles vão durar mais.

SAPATOS


Nos pés de um brasileiro, um bom sapato sobrevive em média a dois anos de uso regular.
Se ao calçado fossem dedicados certos cuidados básicos, sua vida útil esticaria algo como 40%.(Mônica Weinberg)


Existe uma lógica comum à boa conservação de itens tão distintos quanto um par de sapatos, uma coleção de fotografias ou uma porção de gravatas: eles precisam ser guardados no lugar certo. Especialistas consultados por VEJA sabem apontar quais são esses locais com precisão e bom senso. Eles também ensinam algumas das técnicas mais eficazes para prolongar a vida de seis dos objetos que as pessoas costumam manter em casa. Certos utensílios relativamente novos, como os sugeridos a seguir, podem ajudar. No geral, as recomendações dos especialistas chamam atenção pela extrema simplicidade na execução – e pelo bom resultado final.


SAPATOS

Melhor forma de guardar:

Em qualquer lugar onde possam permanecer lado a lado – e nunca espremidos uns sobre os outros em compartimentos apertados, sob o risco de saírem de lá deformados.

O que evitar:

Expor os sapatos ao sol. Isso contribui para desbotar a tinta e ainda ressecar o couro, se esse for o caso. É bom, sim, retirá-los do armário uma vez por mês, para evitar que acumulem umidade, mas, nessas ocasiões, prefira sempre a sombra.

Dica dos especialistas:

Acomodar dentro dos sapatos um acessório feito especialmente para mantê-los esticados, a salvo de marcas e vincos resultantes do uso contínuo. Os melhores modelos de tais modeladores cobrem toda a extensão do calçado, do bico ao calcanhar.



PERFUMES

Melhor forma de guardar:

Dentro de um armário, bem longe do sol e do banheiro. A exposição do perfume à luz, umidade e temperaturas elevadas desencadeia um processo de oxidação durante o qual sua fórmula perde as características originais – e o aroma sai alterado.

O que evitar:

Comprar frascos grandes demais. O prazo de validade de um perfume é, em média, de dois anos. Depois disso, a fragrância certamente não será mais a mesma.

Dica dos especialistas:

Não dispensar a embalagem de papel. Ela é fundamental para a conservação do perfume.



GRAVATAS

Melhor forma de guardar:

Há duas opções. A primeira é alojá-las devidamente enroladas numa gaveta – de preferência de aço inox ou MDF. Esses são materiais de textura mais regular e, portanto, apresentam menor risco de as gravatas terem os fios puxados. A outra opção é pendurá-las em cabides, tomando um cuidado básico: eles devem vir com apoios de mais de dois centímetros de espessura, para não marcar o tecido.

O que evitar:

Lavar as gravatas. Em contato com a água, o tecido fibroso com o qual elas são confeccionadas, conhecido como entretela, costuma deformar-se e encolher. Se for inevitável, lave a seco.

Dica dos especialistas:

Existem caixas específicas para transportar gravatas dentro da mala – e elas de fato previnem rasgos e fios puxados durante os traslados. Ainda não estão à venda no Brasil, mas é possível comprar uma dessas por meio de sites estrangeiros, como o www.tiecaddy.com .



JÓIAS

Melhor forma de guardar:

Em caixas forradas com veludo ou camurça, porque tais materiais previnem riscos nas jóias. As melhores ainda vêm separadas por divisórias. O atrito entre as peças, afinal, também pode arranhá-las.

O que evitar:

Usar jóias e não limpá-las depois disso. O contato com substâncias de pH ácido, como as encontradas em perfumes, cosméticos ou mesmo no suor, desencadeia um processo químico cujo resultado é o escurecimento da jóia. Para ouro e prata, indica-se uma solução simples, de água morna e sabão de coco. Em jóias com pérolas, dispense o sabão.

Dica dos especialistas:

Comprar uma flanela específica para polimento de jóias. Ela vem com um pó abrasivo, capaz de eliminar certos riscos e recuperar o brilho.



FOTOS

Melhor forma de guardar:

Em álbuns com a especificação "acid free", sinônimo de pH neutro. São mais caros e difíceis de encontrar, mas em compensação prescindem da alta acidez típica dos álbuns comuns, responsável pela oxidação do papel e pelo envelhecimento da fotografia.

O que evitar:

Armazená-las em ambientes quentes demais. A temperatura ideal deve oscilar entre 19 e 21 graus. O calor em excesso faz a película gelatinosa sobre a foto se expandir, e isso facilita a entrada de umidade naquela parte onde ficam os pigmentos da imagem, causando manchas e perda de cor.

Dica dos especialistas:

Fazer cópias das fotos colocadas em porta-retratos. Com a exposição constante à luz, é como se o processo de revelação da imagem continuasse — e a fotografia sempre sai desbotada.


“Se gostou, recomende, se não gostou, diga por que”.

Carmen Silvia Amaral Ramos